Defesa do ex-presidente deverá ser ouvida nesta quarta-feira (3).
02/09/2025 — 18:40
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| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil |
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (2), o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete acusados apontados como integrantes do chamado “núcleo 1” da suposta trama golpista. A sessão foi suspensa às 17h55 e será retomada nesta quarta-feira (3), a partir das 9h, quando serão ouvidas as sustentações orais das defesas de Bolsonaro e de ex-ministros de seu governo.
Quem são os acusados no julgamento?
O processo envolve oito réus, todos com atuação de destaque no governo Bolsonaro ou nas Forças Armadas:
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de 2022;
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Como foi a primeira sessão?
No período da manhã, o relator, ministro Alexandre de Moraes, apresentou o relatório da ação penal, resumindo as etapas do processo, das investigações às alegações finais. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de todos os réus.
Após o intervalo, as sustentações orais das defesas começaram. A primeira foi a do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que pediu a manutenção do acordo de delação premiada e negou qualquer tipo de coação por parte do STF ou da Polícia Federal.
A defesa de Alexandre Ramagem rejeitou acusações de espionagem ilegal contra ministros do Supremo e políticos adversários, alegando que o ex-diretor da Abin apenas “compilava ideias do então presidente”.
Já os advogados do almirante Almir Garnier negaram que o militar tenha colocado tropas à disposição para apoiar um golpe. Por fim, a defesa de Anderson Torres minimizou a chamada “minuta do golpe”, afirmando que se tratava apenas de um documento sem validade, apelidando-o de “minuta do Google”.
Crimes atribuídos aos réus
Os acusados respondem por crimes graves, entre eles:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado com violência e grave ameaça;
- Deterioração de patrimônio tombado.
No caso de Alexandre Ramagem, atual deputado federal, parte das acusações foi suspensa devido à imunidade parlamentar prevista na Constituição.
Próximos passos do julgamento
O STF reservou oito sessões para a análise do caso, distribuídas entre os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A fase de votação, que definirá a condenação ou absolvição dos réus, deve ocorrer nas próximas sessões. Caso sejam condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
*Com informações da Agência Brasil
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