Julgamento que durou mais de 25 horas atraiu grande público em Capinzal, no Meio Oeste.
30/08/2025 — 17:43
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Fotos: NCI TJSC / Divulgação |
O Tribunal do Júri da Comarca de Capinzal, no Meio Oeste, condenou, nesta sexta-feira (29), uma mulher a 20 anos e 24 dias de prisão em regime fechado, com início imediato da pena, pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. O caso ocorreu em novembro de 2022, no município de Lacerdópolis, também no Meio Oeste catarinense, e ganhou repercussão estadual pela brutalidade e pela forma como o corpo da vítima foi escondido: dentro de um freezer horizontal na residência do casal.
Júri durou mais de um dia e mobilizou comunidade
O julgamento teve início às 9h da quinta-feira (28) e se estendeu até as 22h30, quando foi suspenso, sendo retomado na manhã seguinte e finalizado por volta das 20h45. Ao todo, foram mais de 25 horas de sessão, um dos júris mais longos já realizados na região. A leitura da sentença foi feita pela juíza Jéssica Evelyn Campos Figueredo Neves diante de um plenário lotado.
Desde o início, a Câmara de Vereadores de Capinzal, onde ocorreu o julgamento, registrou filas de moradores interessados em acompanhar o caso. Familiares da vítima e da acusada também permaneceram no local durante todo o processo. Para garantir a segurança e a ordem, o efetivo policial foi reforçado tanto no interior quanto no entorno do prédio.
Testemunhas, interrogatório e debates acirrados
Foram arroladas 12 testemunhas, porém duas não compareceram. O interrogatório da ré começou na noite do primeiro dia de julgamento, mas precisou ser interrompido após ela passar mal, sendo atendida pelo Corpo de Bombeiros. O depoimento foi concluído na sexta-feira.
Os debates entre defesa e acusação ocorreram na tarde do segundo dia, com ambas as partes utilizando todo o tempo regulamentar. O Ministério Público apresentou como prova material o próprio freezer usado para ocultar o corpo, que foi colocado no centro do salão. Após a votação secreta dos sete jurados — quatro mulheres e três homens —, foram reconhecidas as qualificadoras de asfixia, impossibilidade de defesa da vítima, além da ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
Pena e possibilidade de recurso
A ré recebeu pena de 20 anos e 24 dias de reclusão, em regime inicialmente fechado. A defesa ainda pode recorrer ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Entenda o crime
Segundo a denúncia, a acusada induziu o marido ao sono com medicamentos, amarrou seus membros com cordas e o asfixiou utilizando uma sacola plástica, impedindo qualquer reação. Em seguida, ocultou o corpo no freezer da residência. No dia seguinte, registrou um boletim de ocorrência alegando falsamente o desaparecimento do companheiro, mobilizando familiares, amigos e forças policiais por cinco dias, até a descoberta do cadáver.
*Com informações do NCI TJSC