Em 2019, Record e SBT foram as que mais receberam verbas do governo federal; Globo vem em terceiro

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Relatório do Tribunal de Contas da União indica que o governo em 2019 destinou maiores percentuais de verbas publicitárias para Record e SBT emissoras que não são líderes de audiência, mas que são consideradas aliadas ao Planalto – em comparação à TV Globo.

Por LD,
Lages/SC

📷 Divulgação

Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) destinou os maiores percentuais de verbas publicitárias para SBT e RecordTV – respectivamente emissoras vice-líder e terceira colocadas em audiência, segundo dados do Painel Nacional de Televisão (PNT) do Ibope em relação a Globo emissora líder a mais de quatro décadas. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (12) pela Folha de S. Paulo.

Os dados apresentados pelo TCU são a partir de informações oriundas da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) sobre os valores pagos, via agências de publicidade, para as três maiores emissoras do país.

De acordo com o relatório, até o fim de 2018, a Globo recebia valores mais próximos da sua participação em audiência. Os dados de 2019, são parciais e foram compilados até 28 de junho.

A Globo em 2017 ficou com 48,5% dos recursos. No ano seguinte, o percentual diminuiu para 39,1% e neste ano caiu drasticamente para 16,3%.

Já o SBT – atualmente vice-líder em audiência no Brasil – tinha 24,8% em 2017, passou a ter 29,6% em 2018 e neste ano já recebeu 41%. A RecordTV teve rendimentos um pouco superior, mesmo sendo atualmente a terceira colocada em audiência no PNT passando de 26,6% em 2017 para 42,6% em 2019.

A publicidade no governo federal é disciplinada por uma instrução normativa do ano passado, que prevê a audiência como um critério para a compra de mídia, mas não o único. Também são levadas em conta outras características das emissoras, como o seu perfil e alcance no país, além dos segmentos da população que atingem. 

Bolsonaro tem sido crítico à TV Globo desde a campanha nas eleições de 2018. No fim de outubro, depois de ser citado em uma reportagem sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), no Jornal Nacional, Bolsonaro fez uma live em uma rede social onde fez duras críticas a emissora onde a chamou de “podre, canalha” e disse que se o processo de renovação da concessão da emissora não estiver bem "enxuto" não irá assinar em 2022. 

Já a Globo em diversas oportunidades tem sido crítica ao governo de Bolsonaro. No humorístico “Zorra” não são poucas as vezes que esquetes ironizam o governo de Bolsonaro que também aparece muito no quadro “Isso a Globo não Mostra” do “Fantástico”.

A reportagem da Folha de S. Paulo procurou a Secom para comentar sobre a fatia dos recursos de publicidade entre as emissoras. A Secom informou que os critérios de seleção de veículos nas ações publicitárias "dependem dos objetivos de campanha e não necessariamente são representados pelos índices de participação de audiência, visto se tratar de informação modulada a partir do público-alvo a ser impactado com a publicidade e da cobertura geográfica". 

Variáveis como "afinidade, perfil e segmentação de público e relação custo-benefício, entre outros" também são observados pela Secom, além da audiência. 

A Secom negou ter sido orientada pelo presidente Jair Bolsonaro para mudar o rateio das verbas para as TVs abertas. 

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