ConeCrew Diretoria volta à atividade com álbum de inéditas e videoclipe provocador

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No início da década de 2010, o grupo ConeCrewDiretoria se tornou um fenômeno do Rap nacional, graças a hits como ''Chama os Mulekes'', ''Rainha da Pista'', ''Religião do Foda-se'' ''Calma Na Alma'', que ou estão no álbum de estreia ''Ataque Lírico'' (2007) ou no lançamento subsequente ''Com os Neurônios Evoluindo'' (2011). Era uma época onde o mercado brasileiro estava muito favorável para os artistas desse gênero musical (tanto que, no mesmo período, o Brasil inteiro também descobriu nomes como Emicida, Criolo, Rael, Projota, Oriente e Rashid), mas, quando as tendências do mercado passaram a se concentrar bem mais no Trap do que no Rap, o sucesso do ConeCrew esfriou - o que contribuiu para que, em 2018, os membros do grupo decidissem se separar para se concentrar em projetos individuais. 

Quem se saiu melhor sozinho foi, sem dúvidas, o beatmaker/produtor Papatinho (que já vinha entregando beats para artistas como Marcelo D2, Criolo, Black Alien, Anitta, Gabriel O Pensador e Seu Jorge antes mesmo da separação do ConeCrew e, hoje, é um dos beatmakers mais requisitados do Brasil), mas os vocalistas Ari, Batz, MC Cert, MC Maomé e Rany Money não conseguiram alcançar o mesmo sucesso mainstream, de 2018 pra cá. 

Porém, nesta semana, o ConeCrewDiretoria retomou as suas atividades com um álbum de inéditas que deixa claro que a prioridade do grupo não é seguir tendências, mas sim manter-se fiel à própria verdade. Esse álbum intitulado ''C.O.N.E (Caminhando Onde Ninguém Enxerga)'' promove um mergulho nos elementos que compõem a essência da ConeCrew: instrumentais refinados com uso de boombap, vocais alternados sem autotune e rimas afiadas que são escrachadas e críticas ao mesmo tempo. 

Já no ótimo videoclipe promocional da faixa ''Dadinho é o Crlh'' (que, aliás, é estrelado por Seu Jorge), o grupo faz críticas cirúrgicas ao atual mercado brasileiro da música, afirmando que, hoje, o talento é ''opcional'' para se fazer sucesso no Brasil e que o público médio só quer saber de coisas simples, rápidas descartáveis e ''sem alma''.

O álbum ''C.O.N.E (Caminhando Onde Ninguém Enxerga)'' conta com 17 músicas novas e, segundo os membros do ConeCrew, é um trabalho que vai na contramão do atual modus operandi mercadológico da música brasileira. Para participar desse registro, eles convidaram os rappers Black Alien, Orochi, De Leve, Shawlin, OIK, LVCIN e Major RD, que também trabalham pensando em refletir a própria verdade, e não em soar como um produto. 


Confira o videoclipe de ''Dadinho é o Crlh'' (que, na minha opinião, é o videoclipe brasileiro do ano!): 

A coluna de Lucas Couto no Lages Diário tem o patrocínio de:

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