Mello esteve reunido com outros oito governadores que cobraram urgência na articulação diplomática entre a União e os Estados Unidos; vice-presidente, Geraldo Alckmin, anuncia que plano de contingência para mitigar os impactos deve sair até a próxima terça-feira (12).
07/08/2025 — 22:22
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) voltou a pressionar o governo federal por uma resposta rápida e efetiva diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, medida que já está em vigor e ameaça diversos setores da economia nacional, especialmente os exportadores.
Durante reunião em Brasília com outros oito governadores, Mello destacou a necessidade de articulação diplomática urgente por parte da União. “Já estamos vivendo os efeitos do tarifaço e ainda não há um posicionamento claro do governo federal. É preciso agir agora, dialogar com os norte-americanos e evitar um colapso em setores que dependem das exportações”, afirmou o governador catarinense.
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O encontro ocorreu na residência oficial do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e contou com a presença dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); Paraná, Ratinho Júnior (PSD) e, Amazonas, Wilson Lima (União Brasil). O grupo definiu como próximo passo pressionar as lideranças partidárias no Congresso Nacional para avançar em medidas que possam compensar os prejuízos aos setores atingidos.
Governadores pedem ação coordenada do Congresso
Além do apelo ao Executivo, Jorginho Mello também solicitou o engajamento do Congresso Nacional. Para ele, os parlamentares devem “deliberar imediatamente todas as matérias pautadas que tratam do tema”, com atenção especial a projetos que podem oferecer alívio aos setores produtivos impactados.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também criticou a condução da política externa. Segundo ele, o Brasil precisa retomar o diálogo com parceiros comerciais estratégicos como os Estados Unidos. “Não podemos perder a confiança de um dos maiores investidores estrangeiros no país”, afirmou.
Governo federal promete plano de contingência até terça-feira
Pelo lado do Governo Federal, nesta quinta-feira (7), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o governo deve apresentar até a próxima terça-feira (12) um plano de contingência para mitigar os impactos das tarifas. Segundo ele, a proposta está em fase final de análise pela Presidência da República.
O pacote deverá incluir medidas específicas para os setores mais afetados, com base em critérios técnicos que avaliem o grau de exposição ao mercado norte-americano. “Não se pode tratar todos os setores da mesma forma. Há segmentos que exportam mais de 50% da produção para os Estados Unidos”, explicou Alckmin, citando o exemplo da cadeia de pescados, onde produtos como o atum são majoritariamente exportados, enquanto a tilápia tem maior consumo interno
Setor calçadista entre os mais atingidos
Outro setor duramente afetado é o calçadista. Representantes da Abicalçados se reuniram com Alckmin para apresentar os impactos diretos sobre a indústria, especialmente em relação ao couro, que tem mais de 40% de sua produção destinada à exportação. A entidade também solicitou medidas emergenciais de apoio.
Apesar de evitar detalhar conversas com representantes do governo norte-americano, Alckmin informou que houve uma reunião positiva com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar. Segundo ele, o canal diplomático está aberto, mas a negociação ainda requer cautela.
*Com informações de Secom SC e Agência Brasil