Júris populares ocorrerão em Curitibanos, no Meio Oeste, e em Otacílio Costa, na Serra, nesta semana.
04/08/2025 — 20:12
A campanha nacional Agosto Lilás, que simboliza a luta pelo fim da violência contra a mulher, terá início na Serra Catarinense com dois julgamentos emblemáticos. As sessões do Tribunal do Júri ocorrem nas comarcas de Curitibanos e Otacílio Costa, envolvendo crimes de extrema gravidade: tentativa de feminicídio e feminicídio consumado. Os casos acontecem em meio às ações que marcam os 19 anos da Lei Maria da Penha, reforçando a importância do enfrentamento à violência doméstica.
Tentativa de feminicídio será julgada em Curitibanos
Na próxima quarta-feira, 6 de agosto, será realizado em Curitibanos o julgamento de um homem acusado de tentativa de feminicídio, além dos crimes de lesão corporal e ameaça. O caso, que tramita sob sigilo judicial, ocorreu na madrugada de 7 de novembro de 2023, quando o acusado teria invadido a residência da ex-companheira e a atacado enquanto ela dormia.
Segundo a denúncia, o agressor desferiu diversos golpes de faca na região da cabeça e pescoço da vítima. A violência só foi interrompida pela filha da mulher, que também ficou ferida ao tentar proteger a mãe. O crime teria sido motivado por ciúmes e inconformismo com o fim do relacionamento, sendo praticado de maneira traiçoeira e com intenção de matar, características que agravam as acusações.
Além da brutalidade do ato, o Ministério Público destaca a presença dos filhos da vítima — uma adolescente de 14 anos e uma criança de cinco — como testemunhas dos acontecimentos. Após o crime, o acusado ainda teria enviado mensagens ameaçadoras, pressionando a mulher a retirar a denúncia.
Réu por feminicídio será julgado em Otacílio Costa
Já na quinta-feira, 7 de agosto, a comarca de Otacílio Costa será palco de mais um julgamento impactante. Um homem será levado ao banco dos réus pelo crime de feminicídio e por porte ilegal de arma de fogo. O homicídio foi registrado no município de Palmeira, no dia 24 de novembro de 2024, em uma estrada rural da região.
De acordo com a acusação, o réu teria premeditado o assassinato da companheira, com quem mantinha uma relação conjugal. A vítima foi atingida por quatro disparos de arma de fogo, motivados por ciúmes e suspeitas de infidelidade. O crime foi qualificado por motivo torpe, violência doméstica e recurso que impossibilitou a defesa, já que a vítima estava desarmada e sem chance de reagir.
Assim como o caso anterior, o processo tramita em segredo de justiça, mas serve como alerta para a gravidade da violência de gênero que ainda persiste na sociedade.
Conscientização e combate à violência contra a mulher
As ações judiciais que ocorrem nesta primeira semana de agosto integram simbolicamente as atividades do Agosto Lilás, reforçando a necessidade de denunciar, acolher e proteger mulheres em situação de risco. A Lei Maria da Penha, criada em 2006, é uma das mais importantes ferramentas jurídicas no combate à violência doméstica e familiar no Brasil.
Com os julgamentos na Serra Catarinense, o mês ganha ainda mais relevância ao expor casos reais de brutalidade e à necessidade de justiça e políticas públicas eficazes para a proteção das mulheres.