Eduardo Bolsonaro nega renúncia e desafia STF em meio a investigações

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Licença de 120 dias termina neste domingo (20); parlamentar está nos EUA e é investigado pelo STF. 

20/07/2025 — 18:45

Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou neste domingo (20) que não pretende renunciar ao mandato parlamentar, mesmo com o fim de sua licença oficial de 120 dias, concedida pela Câmara dos Deputados em março. Desde então, o deputado reside nos Estados Unidos, alegando ser vítima de perseguição política. Segundo o Regimento Interno da Câmara, o não retorno ao Brasil pode resultar em processo de cassação por faltas.

Durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, Eduardo afirmou que conseguirá manter o mandato por, ao menos, mais três meses. "Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses", declarou.

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A permanência do parlamentar no exterior ocorre em meio à investigação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na qual Eduardo é acusado de atuar junto ao governo dos Estados Unidos para tentar influenciar decisões contra ministros da Corte e impedir o andamento da ação penal que investiga uma suposta trama golpista. Seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, é um dos réus no processo.

Na mesma live, o deputado ironizou decisões do ministro Alexandre de Moraes e criticou a inclusão de entrevistas e postagens em redes sociais como elementos de prova. “O cara que se diz ofendido [Moraes], ele pega e junta no processo que ele abriu. O cara que vai me julgar, ele vai ver o que eu faço na rede social”, afirmou. Ele também mandou uma mensagem direta à Polícia Federal: “Então, você da Polícia Federal, que está me vendo, um forte abraço. A depender de quem for, está sem visto".

Eduardo Bolsonaro ainda defendeu uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e declarou estar “disposto a ir às últimas consequências” para sustentar sua posição política. “Não haverá recuo. Não é jogar para ver se depois dá certo, achar um meio-termo. Não estou aqui para isso", completou.

A declaração ocorre dois dias após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão contra Jair Bolsonaro, que passou a usar tornozeleira eletrônica por determinação de Moraes. O ex-presidente também está proibido de sair de casa no período das 19h às 6h. As medidas foram justificadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga do ex-presidente, réu na ação penal sobre tentativa de golpe de Estado em 2022, com julgamento previsto para setembro no STF.

*Com informações da Agência Brasil

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