Vaticano anunciou nesta segunda-feira (21) a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. Processo de escolha do novo Papa deve começar em até 20 dias.
21/04/2025 — 10h15
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| Da esq. p/ dir.: Dom Jaime Spengler, Dom João Braz de Aviz e Dom Leonardo Steiner, são três dos sete cardeais brasileiros aptos a participar do Conclave e nasceram em cidades catarinenses. (Fotos: Divulgação / CNBB) |
Após o anúncio da morte do Papa Francisco aos 88 anos na manhã desta segunda-feira (21) no horário local — madrugada no Brasil —, começa, além da discussão sobre o funeral de Francisco, mas também começa as definições a respeito da escolha do novo pontífice que ocorre através do Conclave, como é chamado a eleição.
A Assembleia de Cardeais se reunirá no Vaticano nos próximos dias com cardeais de países do mundo todo, e o Brasil conta com sete cardeais aptos a participar da votação que deve começar em até 20 dias. Três deles, são naturais de Santa Catarina, mas atuam em outras arquidioceses do país, são eles: Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e atual presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), João Braz de Aviz, prefeito emérito para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano; e Leonardo Steiner, atual arcebispo de Manaus.
Saiba mais sobre cada um dos três cardeais catarinenses:
- Dom Jaime Spengler
Atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Porto Alegre. Natural de Gaspar, no Vale do Itajaí, Jaime tem 64 anos e iniciou sua vida religiosa na década de 1980, ao ingressar na Ordem dos Frades Menores.
Cursou Filosofia e Teologia, sendo ordenado padre em novembro de 1990, em Gaspar. Mais tarde, obteve o título de doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.
Ainda como padre, atuou em missões pelo Brasil por meio da Ordem dos Frades Menores. Em 2010, foi nomeado bispo auxiliar pelo Papa Bento XVI (1927-2022).
Desde 2013, Jaime Spengler ocupa o cargo de arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, após ser nomeado pelo Papa Francisco (1936-2025). Foi nomeado cardeal em cerimônia em dezembro do ano passado, realizada em Roma.
- Dom João Braz de Aviz
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Nascido em Mafra, no Planalto Norte catarinense, mas cresceu em Borrazópolis, no Paraná, João Braz de Aviz, tem 77 anos, sendo o cardeal brasileiro mais velho apto a participar do conclave.
Ingressou no Seminário Menor São Pio X, em Assis, em São Paulo, ainda jovem. Estudou Filosofia em Curitiba e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Foi ordenado em 1972, na Catedral de Apucarana, e atuou como diretor espiritual de seminários no Paraná e em São Paulo. Também foi reitor e professor de Teologia Dogmática em Londrina, no Paraná.
No final da década de 1980, voltou para Roma onde se tornou doutor em Teologia Dogmática. Depois de retornar para o Brasil, foi eleito bispo auxiliar de Vitória, no Espírito Santo.
Em 1998, Aviz se tornou bispo de Ponta Grossa, no Paraná. Quatro anos depois assumiu a arquidiocese de Maringá, também no Paraná, onde ficou por apenas 14 meses. Em 2004, foi nomeado arcebispo de Brasília.
Em 2011, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica pelo Papa Bento XVI. No ano seguinte foi criado cardeal. Também participou do conclave de 2013, que elegeu o papa Francisco.
- Dom Leonardo Ulrich Steiner
Nascido em Forquilhinha, no Sul catarinense, Leonardo Ulrich Steiner é atualmente o arcebispo de Manaus e tem 74 anos. É considerado pelo Vaticano, o primeiro cardeal da Amazônia.
Estudou Filosofia e Teologia no convento dos Franciscanos de Petrópolis e bacharel em Filosofia e Pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena. Também é doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.
Foi ordenado sacerdote em janeiro de 1978, em Forquilhinha. Após isso, por causa da formação em Pedagogia, atuou em vários projetos de educação. Entre 1999 e 2003, foi secretário-geral do Pontifício Ateneu Antoniano, em Roma. Ao voltar ao Brasil, foi nomeado vigário da Paróquia do Senhor Bom Jesus, em Curitiba, no Paraná.
Em fevereiro de 2005, foi nomeado bispo pelo Papa João Paulo II (1920-2005) e assumiu a Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Em 2011, foi eleito secretário-geral da CNBB e, no mesmo ano, nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília pelo Papa Bento XVI.
Em 2019, tornou-se arcebispo de Manaus e, três anos depois, foi criado cardeal pelo Papa Francisco.
Outros cardeais brasileiros que podem votar
- Dom Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador - Natural de Dobrada/SP
- Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo - Natural de Cerro Largo/RS
- Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro — Natural de São José do Rio Pardo/SP
- Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília — Natural de Valença/RS
Além dos sete acima citados, o Brasil ainda tem mais um cardeal, trata-se de Dom Raymundo Damasceno, porém, como tem mais de 80 anos, não pode votar, mas será convidado a participar das reuniões da Assembleia de Cardeais.
