Pesquisa elaborada por
Senado e Câmara foi divulgada nesta segunda-feira (9).
Por JONAS VALENTE
da AGÊNCIA BRASIL,
Brasília/DF
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📷 Marcello Casal Jr. / Agência Brasil |
Oito em cada dez pessoas
ouvidas em uma pesquisa sobre uso de redes sociais disseram ter identificado
notícias falsas em redes sociais. Entre os entrevistados, 17% relataram não ter
identificado esse tipo de conteúdo. O levantamento foi elaborado pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado Federal e os resultados foram divulgados hoje (9).
Enquanto metade (50%) dos
entrevistados considerou fácil identificar uma publicação como falsa, outros
47% disseram que esta é uma tarefa difícil. Setenta e sete por cento acreditam
que as notícias falsas ganham mais visibilidade do que as verdadeiras em redes
sociais, enquanto 21% rejeitaram essa tese.
As redes sociais foram
vistas como fonte mais confiável por 34%, enquanto outros 62% valorizam mais o
que é veiculado na televisão e no rádio. No recorte por opção ideológica, a
confiança maior nas redes sociais apareceu de forma mais forte entre os
eleitores de direita (43%) do que entre os de esquerda (31%) e de centro (30%).
Entre os ouvidos, 83% declararam
conferir a veracidade de informações antes de compartilhar com terceiros.
Outros 13% responderam que não tomam este cuidado. Na checagem, o principal
aspecto levado em consideração para analisar se uma notícia é confiável é a
fonte dela (73%), seguida pela pessoa que compartilhou a informação (24%).
No recorte por
escolaridade, o peso desses dois fatores varia. Entre as pessoas com ensino
fundamental incompleto, 50% checam prioritariamente a fonte para definir se a
notícia é confiável e 43% verificam quem enviou o conteúdo. Já entre os
entrevistados com ensino superior incompleto ou mais 86% checam o veículo e 11%
atentam para quem repassou a mensagem.
Questionados se a
presença desses conteúdos prejudicou a confiança nas redes sociais, 58% responderam
positivamente e 40% não tiveram sua relação abalada pela circulação de notícias
falsas. No recorte por posição ideológica, eleitores de direita manifestaram
menos problema na relação com as redes sociais (53%) em razão desse fenômeno do
que os de esquerda (62%) e de centro (63%).
O estudo também perguntou
se esses espaços virtuais deixam as pessoas à vontade para expressar opiniões
preconceituosas, o que foi respondido positivamente por 90% dos participantes.
Percentual próximo, de
83%, disse acreditar que as redes sociais influenciam muito a opinião das
pessoas, enquanto 15% afirmam que essas plataformas impactam “pouco” a atitude
das pessoas. Essa percepção foi maior entre as pessoas com ensino superior
incompleto ou completo (90%) do que entre as com fundamental incompleto (76%).
Sobre a influência das
redes sociais durante eleições, 45% relataram já ter escolhido um candidato com
base em informações acessadas em redes sociais. A maioria (54%), contudo, negou
ter considerado esses insumos ao optar por concorrentes em pleitos eleitorais.
A sondagem perguntou aos
ouvidos sobre a fonte dos conteúdos que influenciaram sua decisão de voto. O
Facebook apareceu em primeiro lugar (31%), seguido por Whatsapp (29%), Youtube
(26%) e Instagram (19%). No recorte por inclinação ideológica, a influência das
redes sociais foi maior entre eleitores de direita (55%), do que os de esquerda
(46%) e de centro (43%).
Já no recorte por faixa
etária, o papel dessas empresas na escolha do candidato foi mais sentido entre
jovens (51%) do que entre idosos (35%). Na avaliação por escolaridade, as redes
sociais pesaram mais para quem tem ensino superior incompleto ou completo (51%)
do que os com fundamental incompleto (34%).
Método
A pesquisa ouviu 2,4 mil
pessoas com acesso à internet em todos os estados e no Distrito Federal. As
entrevistas foram realizadas por telefone no mês de outubro. A amostra foi
composta de modo a reproduzir as proporções da população em relação a gênero,
raça, região, renda e escolaridade. Segundo os autores, o nível de confiança é
de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.