Ícone do cinema, Robert Redford morre, aos 89 anos

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Durante a madrugada desta terça-feira (16/09), o ex-ator e diretor Robert Redford morreu enquanto dormia. A causa da morte não foi especificada, mas a especulação é de que ele tenha falecido por causas naturais, em decorrência da sua idade avançada (89 anos). 

Redford estava aposentado desde 2019, mas contribuiu de maneira importantíssima para o cinema, durante as suas quase seis décadas de carreira. Ele despontou como uma grande promessa de Hollywood, ao atuar em ''À Procura do Destino'' (1965), mas se tornou um astro depois de estrelar ''Butch Cassidy'' (1969), ''Os Amantes do Perigo'' (1969) e ''Willie Boy'' (1969) em um mesmo ano. Por consequência disso, Redford viveu um grande momento durante a década de 1970, ganhando status de galã e emendando sucessos como ''Mais Forte que a Vingança'' (1972), ''Golpe de Mestre'' (1973), ''Nosso Amor de Ontem'' (1973), ''O Grande Gatsby'' (1974), ''Três Dias do Condor'' (1975) e ''Todos os Homens do Presidente'' (1976). Nessa mesma época, ele também fundou o Sundance Institute - uma importante organização de apoio ao cinema independente que, até os dias de hoje, organiza o cultuadíssimo Festival de Cinema de Sundance. 

Em 1980, Redford estreou como diretor, entregando o filme ''Gente como a Gente'' - e, embora esse tenha sido o primeiro trabalho dele atrás das câmeras, já foi bom o suficiente para render a ele os Óscares de ''Melhor Filme'' e ''Melhor Diretor''. Essa empreitada deu resultados tão positivos que, nos anos seguintes, o artista dirigiu outros sete filmes: ''Rebelião em Milagro'' (1988), ''Nada É Para Sempre'' (1992), ''Quiz Show: A Verdade dos Bastidores'' (1994), ''O Encantador de Cavalos'' (1998), ''Lendas da Vida'' (2000), ''Leões e Cordeiros'' (2007) e ''Conspiração Americana'' (2010) - na maioria deles, Redford se restringiu a apenas dirigir, mas em ''Nada É Para Sempre'', ''O Encantador de cavalos'' e ''Leões e Cordeiros'', ele também trabalhou como ator.

Ainda que a maioria dos filmes dirigidos por Redford tenham sido bem-aceitos pela crítica, o astro se manteve ativo como ator freelancer até o final da sua carreira: mesmo após o sucesso de ''Gente como a Gente'', ele aceitou atuar em filmes como ''O Natural'' (1984), ''Entre Dois Amores'' (1985), ''Quebra de Sigilo'' (1992), ''Proposta Indecente'' (1993), ''Jogo de Espiões'' (2001), ''A Menina e o Porquinho'' (2006), ''Capitão América e o Soldado Invernal'' (2014), ''Nossas Noites'' (2017), ''O Velho e a Arma'' (2018) e ''Vingadores- Ultimato'' (2019). 


Como ator, Redford também recebeu alguns prêmios importantes: ele foi condecorado com o BAFTA de ''ator do ano'' (em 1969) e recebeu quatro Globos de Ouro por atuação (um na categoria ''revelação'', em 1965, e três na categoria ''Ator de cinema do ano'', em 1974, 1976 e 1977, respectivamente). Embora Redford não tenha vencido nenhum Oscar por atuação, ele foi indicado ao prêmio de ''Melhor Ator'', em 1973 (por seu trabalho em ''Golpe de Mestre'') e, em 2001, foi homenageado com um Oscar honorário, devido ao conjunto de seus serviços prestados ao cinema. 

Após se afastar das profissões de ator e diretor, Redford se dedicou totalmente ao ativismo ambiental (algo que ele já praticava desde a década de 1970, paralelamente à sua carreira no cinema). Porém, os últimos anos da vida dele não foram nada fáceis: em 2020, ele perdeu um dos seus quatro filhos para um câncer no fígado (e essa não foi a primeiro vez que Redford viveu o luto parental: em 1959, ele perdeu o primeiro filho, quando a criança tinha apenas dois meses de idade). 

Embora Redford sempre tenha tentado manter uma vida pessoal discreta, ele teve um namoro bastante comentado com a atriz brasileira Sônia Braga, entre 1987 e 1990 (os dois se conheceram quando ele dirigiu Sônia, no set de ''Rebelião em Milagro''). Aliás, a relação de Redford com o Brasil não para por aí: ao investir na produção executiva de ''Central do Brasil'' (1998) e ''Diários de Motocicleta'' (2004), o americano ajudou o diretor brazuca Walter Salles a tirar tais filmes do papel. 

Em suma, Robert Redford contribuiu muito para a arte cinematográfica, trabalhando com excelência das mais diversas formas. Ele se junta a David Lynch, Val Kilmer, Gene Hackman e Terence Stamp, na lista de grandes ícones do cinema que nós perdemos em 2025. 

A coluna de Lucas Couto no Lages Diário tem o patrocínio de:



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