Série já está disponível no catálogo do Globoplay.
Por Lucas Couto (@l.couto21)
01/07/2025 — 06:26
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Foto: Ariela Bueno / Divulgação |
Ao longo dos anos, diversos gigantes da música brasileira já tiveram as suas respectivas histórias de vida encenadas em filmes ou séries, mas, assim como tal proposta de cinebiografia chegou a nos proporcionar grandes obras audiovisuais (a exemplo dos excelentes longas ‘’Dois Filhos de Francisco’’ e ‘’Homem com H’’), ela também já resultou em várias decepções (como o horrendo ‘’Mamonas Assassinas: O Filme’’). Por esse motivo, Vivi Seixas (filha caçula do saudoso cantor Raul Seixas) estava com bastante medo d’a nova minissérie ‘’Raul Seixas: Eu Sou’’ acabar fazendo um retrato ruim de seu pai, mas, de acordo com a DJ, isso, felizmente, não aconteceu.
Em entrevista ao Metrópoles, Vivi descreveu a nova minissérie como ‘’linda’’ e disse que está ‘’emocionada e muito feliz’’, desde que assistiu ao resultado.
Para os que não sabem, a minissérie biográfica ‘’Raul Seixas: Eu Sou’’ chegou ao catálogo da Globoplay, na última quinta-feira (26/06). A obra divide a história do falecido cantor baiano em oito episódios que possuem pouco mais de 40 minutos de duração cada. Quem interpreta o ‘’Maluco Beleza’’, aqui, é o jovem ator Ravel Andrade.
A Vida de Raul
Nascido em 1945, Raul Seixas ingressou profissionalmente no meio musical trabalhando como vocalista do grupo Raulzito & Os Panteras e como produtor musical contratado da gravadora CBS. Porém, ele só atingiu a fama após se lançar como cantor solo, no álbum ‘’Krig-Ha Bandolo’’ (1973).
Já na época desse primeiro álbum solo, Raul foi torturado pela Ditadura Militar Brasileira, devido aos seus ideais trangressores que pregavam liberdade e simpatizavam com as ideias ocultistas de Aleister Crowley. Após as torturas, ele chegou a passar vários meses exilado em Nova York, mas, ao perceber o enorme sucesso que o seu segundo álbum ‘’Gita’’ (1974) havia feito por aqui, o cantor decidiu regressar ao Brasil, para ficar de vez.
Quando Raul retornou do exílio, o Brasil ainda vivia a Ditadura Militar, mas, mesmo assim, o roqueiro baiano continuou sendo um símbolo de subversão, chegando a desafiar o regime várias vezes, através de músicas provocadoras como ‘’Aluga-se’’, ‘’Rock do Diabo’’, ‘’Carimbador Maluco’’, ‘’Novo Aeon’’ e ‘’Rock das Aranhas’’.
Na hora de criar canções, Raul, quase sempre, ficava encarregado de musicar versos escritos por letristas convidados. Ao longo dos anos, ele contou com diversos parceiros de composição, mas o mais marcante deles foi, certamente, o escritor Paulo Coelho – que assina as letras de músicas icônicas, como ‘’Sociedade Alternativa’’, ‘’Gita’’, ‘’Medo da Chuva’’, ‘’Tente Outra Vez’’, ‘’A Maçã’’ e ‘’Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás’’. Porém, vale lembrar que ‘’Raulzito’’ também se saía muito bem quando compunha sozinho – canções como ‘’Metamorfose Ambulante’’, ‘’Ouro de Tolo’’, ‘’Mosca Na Sopa’’ e ‘’Trem das 7’’ são prova disso.
Raul se tornou um ícone da música brasileira, ao unir Rock com Baião, Country, MPB e vários outros gêneros. Porém, o cantor baiano teve uma vida regrada pelo alcoolismo – e isso gerou nele uma pancreatite crônica que, em 1989, acabou o matando, com apenas 44 anos de idade.
Estes e vários outros fatos ocorridos na vida do artista estão presentes na nova minissérie ‘’Raul Seixas: Eu Sou’’. A trama é dirigida pelos irmãos Paulo e Pedro Morelli – que, em diversas cenas, adotaram uma pegada bastante psicodélica e surrealista, para tentar retratar de forma sensorial a áurea do ‘’Maluco Beleza’’. Em consequência disso, a maior parte dos telespectadores está exaltando muito a inventividade desta obra. Todos os fãs de Raul precisam assistir!
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A coluna de Lucas Couto no Lages Diário tem o patrocínio de: