Morre Divaldo Franco, ícone do espiritismo no Brasil, aos 98 anos

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Líder espírita lutava contra um câncer de bexiga desde o fim do ano passado, e causa da morte foi falência múltipla de órgãos. 

13/05/2025 — 22:54

Foto: Reprodução

O médium, filantropo e líder espírita Divaldo Franco morreu nesta terça-feira (13), aos 98 anos, em Salvador (BA). Considerado uma das figuras mais influentes do espiritismo no Brasil e no mundo, ele vinha enfrentando complicações de saúde desde o diagnóstico de um câncer na bexiga, em novembro de 2024. Segundo informações preliminares, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

Despedida com homenagens na Mansão do Caminho

Um ato público será realizado nesta quarta-feira (14), das 9h às 20h, no ginásio de esportes da Mansão do Caminho, instituição fundada por Divaldo no bairro Pau da Lima, em Salvador. O local, onde ele dedicou décadas à educação e à assistência social, receberá admiradores, fiéis e amigos para a despedida. Atendendo a um pedido feito em vida pelo próprio médium, a cerimônia será breve, com o caixão fechado e sem cortejo em carro aberto.

O sepultamento ocorrerá na manhã de quinta-feira (15), às 10h, no Cemitério Bosque da Paz, também na capital baiana.

Uma trajetória de luz e serviço ao próximo

Nascido em 5 de maio de 1927, em Feira de Santana (BA), Divaldo Pereira Franco iniciou sua trajetória mediúnica ainda na juventude, tornando-se uma das maiores referências da Doutrina Espírita no país. Com uma atuação marcada pela eloquência, caridade e compromisso com os ensinamentos de Allan Kardec, Divaldo percorreu o Brasil e diversos países levando palestras, livros e mensagens de paz.

Ao longo de sua vida, psicografou mais de 250 livros, muitos atribuídos ao espírito Joanna de Ângelis, com quem manteve uma parceria espiritual duradoura. As obras ultrapassam os 10 milhões de exemplares vendidos, com traduções para mais de 15 idiomas. Os direitos autorais sempre foram revertidos para ações sociais.

Em 1952, fundou a Mansão do Caminho, projeto social que se tornou referência em Salvador, oferecendo educação, saúde e apoio a milhares de crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade.

Legado espiritual e humanitário

Divaldo Franco deixa um legado incomensurável para o movimento espírita brasileiro, com contribuições que transcendem a religião. Seu trabalho foi reconhecido com dezenas de títulos honoríficos, homenagens e prêmios nacionais e internacionais. Ainda em vida, recebeu o título de Embaixador da Paz no Mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Mais do que médium, Divaldo foi um educador da alma, cuja missão foi pautada no amor ao próximo, no consolo espiritual e na transformação social. Sua partida marca o fim de uma era no espiritismo contemporâneo, mas sua mensagem continuará viva através das obras, dos ensinamentos e do exemplo que deixa.



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