Trajes da realeza impressionam com detalhes inéditos e representatividade da força da mulher serrana

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Esse ano, a Festa do Pinhão tem como projeto se inspirar ainda mais nas suas raízes, reforçando a importância de manter viva a essência da tradição serrana. A mudança no visual da realeza reforça essa proposta.

Por Aline Tives da PML
08/04/2025 — 21h04

Fotos: Nilton Wolff / PML

Ao longo das últimas edições da Festa Nacional do Pinhão, os trajes usados pela realeza vêm ganhando cada vez mais protagonismo na história do evento. A cada ano uma temática diferente é apresentada, com o propósito de enaltecer a cultura da região serrana.  Não somente os vestidos oficiais, mas também os trajes passeios ganham destaque e simbolizam a tradição do povo lageano. A cada aparição da rainha e princesas em público, aguça a curiosidade popular, que se vê representada em cada detalhe da vestimenta.

No último sábado (5 de abril), no evento que marcou oficialmente a abertura da Colheita do Pinhão, ocorrido no calçadão da praça João Costa, o trio exibiu pela primeira vez uns dos trajes passeio produzidos especialmente para ocasiões de divulgação da festa. Inéditos e assinados pelo ateliê La Única, pelas mãos da estilista Ana Lopes, atraiu olhares e chamou a atenção por sua beleza e imponência.

O traje, composto por saia e blusa com cores marcantes e bordados que remetem à Serra Catarinense, traz como temática a valorização da cultura e da natureza de Lages, com elementos que evidenciam o tradicionalismo e a identidade serrana.

Esse ano, a Festa do Pinhão tem como projeto se inspirar ainda mais nas suas raízes, reforçando a importância de manter viva a essência da tradição serrana. A mudança no visual da realeza reforça essa proposta, mostrando que elas não estão distantes do povo, mas sim inseridas na história viva dessa gente, caminhando lado a lado com quem sente e constrói essa tradição todos os dias.

Ineditismo e simbologia nos trajes

Assim, também de forma inédita, as jovens deixaram a coroa de lado para usar o chapéu campeiro, simbolizando uma conexão mais próxima com as tradições gaúchas e a figura da mulher forte do campo. “A escolha pelos chapéus no lugar das tradicionais coroas representou um gesto simbólico de aproximação com a comunidade lageana. Foi uma forma de honrar as raízes tradicionalistas da nossa cidade e valorizar a figura da mulher do campo — forte, resiliente e essencial na construção da nossa cultura”, diz a estilista.

A cor roxa da saia também traz um significado especial: é a cor que simboliza a luta contra a violência à mulher, reforçando a força, a resistência e o protagonismo feminino. Cada detalhe — das aplicações florais ao jogo de texturas — foi pensado para contar essa história com beleza e propósito.


A escolha dos tecidos buscou unir tradição, delicadeza e significado. A blusa foi confeccionada em tule, trazendo leveza, feminilidade e transparência sutil, enquanto a saia foi feita em gorgurão, um tecido estruturado que confere imponência ao traje, remetendo à força da mulher serrana. “Um dos destaques emocionantes do look é o pinheiro posicionado no lado esquerdo do peito, próximo ao coração, representando o amor pela nossa terra e pelas raízes culturais que nos sustentam. O caule em formato de trança em lã, criou um efeito de alto-relevo”, completa Ana Lopes, ao descrever sua criação.

Nos bordados, foram utilizados materiais diversos e ricos em textura: lã, fita de gorgurão, fita de veludo e linha de seda, compondo um trabalho manual que valoriza o feito à mão e o cuidado com cada detalhe. “Também aplicamos uma renda com pedrarias, remetendo à sofisticação e à nobreza — afinal, estamos falando de realeza”, comenta.

Sonho realizado: primeiro traje surpreende e emociona

Vestir-se com os trajes de realeza da Festa do Pinhão é um sonho de meninas, que foi buscado e conquistado com muita dedicação. A reação das jovens, ao verem as vestimentas pela primeira vez, foi de pura empolgação e encantamento, especialmente pela surpresa do chapéu campeiro no lugar da tradicional coroa. “Foi um momento emocionante, pois elas entenderam o peso simbólico daquela escolha e se sentiram ainda mais conectadas com a proposta da festa deste ano, que busca resgatar e valorizar as raízes culturais lageanas. Ver a alegria nos olhos delas ao vestirem algo tão representativo foi a maior confirmação de que estávamos no caminho certo”, diz Ana Lopes.

A produção das peças levou cerca de uma semana, em um processo intenso e cheio de significado. A ideia de criar um novo look para este evento em específico, surgiu justamente por ser um momento simbólico: o início da colheita do pinhão, uma data de grande importância para a região. “O maior desafio foi desenvolver algo que conseguisse traduzir essa conexão com a terra e com a tradição, sem perder a elegância e a delicadeza que a realeza da Festa do Pinhão representa. Trabalhar com bordados manuais e diferentes materiais exigiu atenção minuciosa aos detalhes, mas o resultado final trouxe exatamente a mensagem que queríamos transmitir — de orgulho, pertencimento e respeito às nossas raízes”, comenta.

O look produzido para o início da colheita do pinhão foi mais elaborado, mas antes disso elas ainda contaram com um traje mais desposado, com camisas em renda e calças jeans, usados em entrevistas e participações em gravações. Ainda não se pode precisar quantos trajes passeio a realeza terá, pois cada momento especial será pensado para representar a Festa do Pinhão com elegância e identidade.

E os vestidos oficiais?

Os vestidos oficiais usados pela realeza, os mais esperados, já estão em desenvolvimento, com uma proposta muito especial: homenagear três mulheres que marcaram a história da sociedade lageana, exaltando suas trajetórias de coragem, contribuição e inspiração.

Os vestidos também contarão com a participação das lageanas. “Acreditamos que aquela que faz a diferença dentro de casa tem o mesmo valor e importância daquela que transformou o mundo lá fora. Em breve, vamos revelar mais detalhes sobre como tudo isso vai se tornar realidade. E para completar essa homenagem, os vestidos também trarão elementos das nossas paisagens naturais, que são verdadeiros quadros pintados à mão pela natureza. Uma celebração da mulher, da nossa terra e das histórias que nos moldam”, finaliza Ana Lopes, aguçando ainda mais a expectativa sobre o resultado neste ano e as surpresas que virão pela frente.



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