Lages 251 anos: Museu Thiago de Castro recebe relíquias que resgatam a história da imponente Catedral Diocesana

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Eixo e canga de um dos carros de boi que transportaram pedras para a construção da Catedral foram repassados ao Museu.

Por ASCOM PML,
em Lages/SC


📷 Fabricio Furtado / Fundação Cultura de Lages

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a manhã desta terça-feira (21 de novembro), o Museu Histórico Thiago de Castro (MHTC) foi agraciado com duas peças que fizeram parte da construção da Catedral lageana. Um dos eixos e canga de um dos carros de boi que ajudaram no transporte das pedras que formam a icônica igreja foram doados pelo tradicionalista Marcos Roni de Oliveira. O pai de Marcos foi condutor do primeiro carro de boi que conduziu pedras e madeiras do Morro do Posto para o centro da cidade entre 1912 e 1921, período da construção da Catedral Diocesana.

Segundo Roni, muitas peças estão distribuídas pelas fazendas de Lages. “O que meu pai deixou passo hoje ao Museu, pois sei que aqui a história será contada de uma maneira que chegue a todas as pessoas. Ainda têm muitas peças espalhadas pela cidade, em uma das fazendas acredito que estão as carroças que transportaram os sinos”, lembra.

📷 Maurício Santos / Lages Diário

Sobre os sinos da Catedral, a história conta a participação das famílias na compra na Alemanha. O escritor R.H. Souza, em seu blog, transcreve uma conversa entre o Frei Gabriel Zimmer e o casal de fazendeiros Alice e Oscar de Britto em setembro de 1915:

- Mas como o reverendo trará esses sinos através da serra? O senhor deve conhecer os perigos da Serra do Rio do Rastro, com suas curvas e despenhadeiros. Eu já perdi muito boi ali quando mandei gado para o litoral.

- Sei desses perigos, mas tudo foi muito bem planejado. Cada sino virá numa carreta preparada previamente, puxada por diversas juntas de mulas, sob o comando de carreteiros de inteira confiança. É gente acostumada a esse tipo de viagem. Eles irão, inclusive, examinar previamente as estruturas das pontes por onde passarão as carretas para ver se aguentam o peso dos sinos, que estarão entre os maiores do mundo.

- Frei Gabriel - disse Dona Alice -, o senhor não está construindo somente uma catedral, mas escrevendo uma epopeia que ficará entre os episódios mais importantes da história da nossa região serrana.

No mesmo relato de Souza conta-se ainda a divisão de custos de compra dos três sinos. O sino menor, com 610 quilos, foi doado por Julinha Ramos, o médio, de 920 quilos foi doação de Baselissa Alves de Brito, e o maior, de 1.520 quilos, foi doado por Alice e Oscar de Brito, como resultado da conversa com o Frei Zimmer. Em 1º de janeiro de 1922 os sinos São Francisco, Santa Maria e Cristo Salvador badalaram pela primeira vez na história de Lages.

O eixo e a canga doados por Marcos Roni já estão no Museu Thiago de Castro para visitação de terça-feira a sexta-feira das 8h30 ao meio-dia e das 13h30 às 17h, e aos sábados das 9h às 12h.




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