Dia Nacional de Combate à Cefaleia alerta para problema que afeta mais de 30 milhões de brasileiros

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Brasil enfrenta alto índice de dores de cabeça crônicas e incapacitantes; neurologistas reforçam importância do diagnóstico correto e tratamento adequado. 
01/06/2025 — 23:15

Foto: Pixabay

No dia 2 de junho, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, data criada para conscientizar a população sobre a importância de diagnosticar e tratar corretamente um dos sintomas neurológicos mais comuns no mundo: a dor de cabeça. 

Estima-se que mais de 30 milhões de brasileiros sofram com cefaleias frequentes, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe). Ainda de acordo com a entidade, 90% da população mundial terá ao menos um episódio de dor de cabeça ao longo da vida, e cerca de 15% dos brasileiros convivem com dores de cabeça recorrentes, que podem impactar seriamente a qualidade de vida, o desempenho no trabalho e o bem-estar emocional.

Cefaleia é diferente de enxaqueca

Apesar de muitas pessoas usarem os termos como sinônimos, cefaleia é o nome técnico dado à dor de cabeça em geral. Já a enxaqueca é um tipo específico de cefaleia, caracterizado por dor latejante, geralmente unilateral, que pode vir acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som. Estima-se que 1 em cada 7 pessoas no mundo sofra de enxaqueca, condição que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica como uma das 10 doenças mais incapacitantes.

Classificação e causas

A medicina classifica as cefaleias em dois grandes grupos:

  • Primárias: quando a dor não é sintoma de outra doença, como no caso da enxaqueca e da cefaleia tensional.
  • Secundárias: quando a dor é causada por alguma condição, como sinusites, meningites, hipertensão arterial ou tumores cerebrais.

Os gatilhos mais comuns para as cefaleias primárias incluem estresse, insônia, uso excessivo de analgésicos, jejum prolongado, alterações hormonais e até mesmo o consumo de certos alimentos, como embutidos e chocolates.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico correto é essencial, já que o uso indiscriminado de medicamentos pode agravar o quadro. Segundo a SBCe, cerca de 40% das pessoas com enxaqueca fazem automedicação, o que pode levar à chamada cefaleia por uso excessivo de medicamentos, uma condição de difícil controle

O tratamento pode envolver mudanças no estilo de vida, controle dos gatilhos, fisioterapia, psicoterapia, medicamentos preventivos e, em casos mais severos, terapias como aplicação de toxina botulínica.

Quando procurar ajuda médica

Dor de cabeça constante, que piora com o tempo ou surge subitamente com forte intensidade, deve ser avaliada por um médico. Sinais de alerta incluem:

  • Febre e rigidez na nuca
  • Confusão mental ou dificuldade de fala
  • Perda de consciência
  • Alterações visuais persistentes
  • Dores que acordam a pessoa à noite

O neurologista é o especialista mais indicado para investigar e tratar cefaleias persistentes.

Saúde pública e qualidade de vida

Além do sofrimento individual, as cefaleias geram grande impacto socioeconômico. A Organização Mundial da Saúde estima que as dores de cabeça estão entre as principais causas de absenteísmo no trabalho e queda de produtividade em escala global.

O Dia Nacional de Combate à Cefaleia é, portanto, uma oportunidade de alertar para a importância do diagnóstico precoce, do tratamento correto e da educação em saúde, promovendo bem-estar e prevenindo casos de dor crônica incapacitante.


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