Corinthians se posiciona oficialmente contra o retorno do futebol
Em carta aberta, Andrés
Sanchez defende alinhamento de ações coletivas.
Por MAURÍCIO COSTA
da RÁDIO NACIONAL,
Rio de Janeiro/RJ
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📷 Corinthians / Divulgação |
O Corinthians se
posicionou oficialmente hoje (26) contra o retorno do futebol brasileiro,
paralisado em decorrência da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Em carta
aberta assinada pelo presidente Andrés Sanchez, o clube entende que ainda não é
o momento de a bola voltar a rolar, e que há a necessidade de alinhamento de
ações coletivas.
Sanchez ressalta a
legitimidade dos clubes em procurarem saídas junto aos governos federal,
estadual e municipal (Prefeituras), e federações no intuito de tentar
impedirem um aprofundamento da crise, porém, argumenta que o Brasil vive um
cenário muito diferente dos países que retomaram suas ligas.
A carta cita o exemplo do
Campeonato Alemão, que só voltou a ser disputado após o diálogo entre todos os
agentes políticos e esportivos, mantendo responsabilidade com seu produto,
astros e público. Andrés Sanchez salientou que, na Bundesliga, havia um
princípio claro: “o futebol não pode se antecipar ao controle da pandemia”.
Ao comparar com a
situação no Brasil, o Corinthians lembra que a série A conta com 20 clubes de
nove estados diferentes, cada um com um panorama distinto do novo coronavírus.
Isto exigiria um trabalho coordenado entre governo, clubes e federações. O
presidente do Timão finaliza a carta afirmando que qualquer retorno apenas
adiará “uma pausa forçada, em que os clubes vão, de novo, agonizar”.
Confira a carta na
íntegra:
Depois de 23 mil mortes causadas pela
Covid-19, todo debate é menor. Por isso, em nome do Corinthians, manifesto
antes nossa solidariedade a cada brasileiro afetado por doença, luto, ou
prejuízo profissional. Tudo isso importa.
E é legítimo que o futebol – como
qualquer setor – procure saídas junto ao governo federal e a seus respectivos
estados, prefeituras e federações, a fim de impedir um aprofundamento da crise
na atividade. É preocupante, porém, que o Brasil viva um cenário muito
diferente daqueles países que retomam suas ligas.
A queda de receitas já obrigou muitos
clubes a executar cortes e demissões. O Corinthians tem adotado medidas de
austeridade, como a redução temporária de salários e jornada, apoiada na MP
936. Fazemos e refazemos as contas diariamente, mas somos realistas: trata-se
da pior epidemia no país nos últimos 100 anos, e nenhuma atividade econômica
sairá dessa sem transformações inevitáveis.
No Corinthians, não será diferente. O
que não muda é o nosso compromisso com um futebol forte como carro-chefe e a
parte social como tradição, e é para isso que estamos trabalhando. Como também
vemos o clube como um veículo capaz de impactar mais de 30 milhões de
torcedores via mídias digitais, levamos informação útil e iniciativas
solidárias, com o sonho de terminar a pandemia sem nenhum torcedor a menos.
Somos testemunhas dos elogiáveis
esforços da CBF, da Federação Paulista de Futebol e de outros clubes. Mas é
preciso repensar, de forma ampla, o papel do futebol e sua influência nesse
jogo.
Na Alemanha, houve diálogo intenso
entre todos os agentes políticos e esportivos, e um princípio foi claro para a
Bundesliga: o futebol não pode se antecipar ao controle da pandemia. Quando a
sociedade confiou no sucesso do combate alinhado entre governo e estados
alemães, a Bundesliga finalmente retomou seus jogos em sincronia, no último dia
16. Houve responsabilidade com seu produto, seus astros e seu público.
O futebol brasileiro, porém, caminha
para outra direção.
Se o combate ao vírus não tem
alinhamentos entre os governos, no futebol as reações estão ainda mais
fragmentadas. Com decisões facultadas aos Estaduais, criam-se ruídos. O futebol
perde muito como produto quando transmite que, para a bola rolar, basta decidir
qual clube está mais pronto, ou qual estado está mais disposto a riscos,
enquanto se somam mais de mil óbitos por dia.
Em 2020, a Série A tem 20 clubes de
nove estados, cada um com panoramas distintos da doença. Isso pede um trabalho
mais coordenado entre governos, clubes e federações. Num esporte coletivo, não
dá para jogar sozinho.
Sem isso, qualquer retorno apenas
adiará a próxima pausa forçada, em que os clubes vão, de novo, agonizar. Como
negócio sustentável, o futebol só poderá voltar depois de uma articulação
eficiente, focada tanto no bem-estar das pessoas quanto na segurança da Saúde
nos estados envolvidos.
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