Covid-19: não há evidências de que curados estejam protegidos, diz OMS
Em um briefing
científico, a agência das Nações Unidas alertou governos contra a emissão de “passaportes
de imunidade” ou “certificados de livre de riscos” às pessoas que foram
infectadas, uma vez que sua precisão não pode ser garantida..
Por REUTERS,
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📷 Rahel Patrasso / Reuters |
A Organização Mundial da
Saúde (OMS) disse neste sábado (25) que atualmente "não há
evidências" de que pessoas que se recuperaram da covid-19 e possuem
anticorpos estejam protegidas de uma segunda infecção pelo coronavírus.
Em um briefing científico,
a agência das Nações Unidas alertou governos contra a emissão de
"passaportes de imunidade" ou "certificados de livre de
riscos" às pessoas que foram infectadas, uma vez que sua precisão não pode
ser garantida.
A prática poderia, na
verdade, aumentar os riscos de propagação contínua da doença, à medida que
pessoas que se recuperaram podem ignorar conselhos sobre as precauções que
devem ser tomadas contra o vírus, disse a entidade.
"Alguns governos
sugeriram que a detecção de anticorpos ao SARS-CoV-2, o vírus que causa a
covid-19, poderia servir como a base para um 'passaporte de imunidade', ou
'certificado de livre de riscos', que permitiria a indivíduos viajar ou voltar
para casa, assumindo que eles estariam protegidos contra a reinfecção",
disse a OMS.
"Atualmente não há
evidências de que pessoas que se recuperaram da covid-19 e possuem anticorpos
estão protegidas de uma segunda infecção", acrescentou.
O Chile anunciou na
semana passada que começaria a distribuir "passaportes de saúde" para
pessoas consideradas recuperadas da doença. Uma vez rastreado o desenvolvimento
de anticorpos para torná-las imunes ao vírus, elas poderiam retornar
imediatamente ao trabalho.
A OMS disse que continua
avaliando evidências sobre as respostas de anticorpos ao vírus, que surgiu na
cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado. Cerca de 2,8 milhões de
pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo, sendo que
mais de 200 mil morreram, segundo contagem da Reuters.
A maior parte dos estudos
mostra que as pessoas que se recuperaram da infecção têm anticorpos para o
vírus, segundo a OMS. No entanto, algumas delas possuem níveis muito baixos de
anticorpos neutralizadores no sangue, "sugerindo que a imunidade celular
também pode ser fundamental para a recuperação", concluiu a organização.
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