Mortes por coronavírus na Itália ultrapassam 7.500
Crescem temores de que a
doença esteja se propagando pelo sul do país
Por GAVIN JONES e GIUSEPPE FONTE da
REUTERS,
Roma/ITA
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📷 Manuel Silvestri / Reuters |
Mais de 680 pessoas morreram em decorrência do coronavírus na Itália nas últimas 24 horas, informou a Agência de Proteção Civil nesta quarta-feira, à medida em que crescem as preocupações de que a doença esteja se propagando mais pelo sul do país.
O número de mortos
aumentou em 683 nesta quarta-feira (25). O número é menor que o pico de 743 na
terça-feira (24), mas maior do que o total dos dois dias anteriores e o
terceiro maior registro diário desde o surgimento do surto nas regiões do norte
do país, em 21 de fevereiro.
A Itália tem registrado
mais mortes do que qualquer outro país, com os números mais recentes informando
que 7.503 pessoas morreram da infecção em apenas um mês.
A região norte da
Lombardia, de longe a mais atingida, exibiu um declínio acentuado no número de
mortes e novas infecções nesta quarta-feira, aumentando as esperanças de que a
epidemia possa estar diminuindo em seu epicentro original.
No entanto, o otimismo
foi atenuado pelas sinalizações do sul, onde o contágio e as mortes são muito
menos difundidos, mas estão aumentando constantemente, e podem sobrecarregar um
serviço de saúde muito menos bem equipado do que na rica região norte.
"Nesse momento,
existe a perspectiva real de que a tragédia da Lombardia esteja prestes a se
tornar a tragédia do sul", escreveu Vincenzo De Luca, presidente da região
da Campânia, em Nápoles, em uma carta aberta ao primeiro-ministro, Giuseppe
Conte.
"Estamos às vésperas
de uma grande expansão de infecções que podem não ser sustentáveis", disse
ele, reclamando que o governo central falhou em fornecer à Campânia
ventiladores pulmonares prometidos e outros equipamentos de suporte de vida.
Até o momento, houve 74
mortes na Campânia, a região do sul mais afetada. A região central do Lazio, ao
redor da capital, Roma, registrou 95 mortes.
O número total de casos
confirmados no país subiu dos 69.176 anteriores para 74.386, segundo a Agência
de Proteção Civil.
A elevação em 7,5% foi a
mais baixa desde o início do surto, mas apenas pessoas gravemente doentes estão
sendo testadas e o chefe da agência, Angelo Borrelli, disse nesta semana que o
número real de infecções era, provavelmente, 10 vezes superior ao registrado
oficialmente.
Borrelli não estava
presente na coletiva de imprensa costumeira para divulgar os dados porque teve
febre nesta quarta-feira e estava passando por um exame de detecção do
coronavírus.
Com a Itália paralisada
ao longo das últimas duas semanas e sua economia de joelhos, o
primeiro-ministro Conte prometeu nesta quarta um segundo pacote de estímulo em
abril no valor de pelo menos 25 bilhões de euros, como o lançado em março.
Com seus índices de
aprovação em níveis recordes, o primeiro-ministro apelou à oposição para apoiar
os esforços do governo e interromper seus ataques ao lidar com a crise até que
ela acabe.
"Haverá tempo para
tudo, mas agora é tempo de ação e responsabilidade", disse ele à Câmara
dos Deputados.
Uma fonte de potencial
conflito para Conte foi desativada nesta quarta, quando o governo chegou a um
acordo com sindicatos que ameaçavam greves porque queriam mais empresas
fechadas para protegerem a saúde dos trabalhadores.
Conte concordou em
estender os setores de produção que serão temporariamente paralisados, já que
são considerados essenciais para a cadeia de suprimentos do país.
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