Governadores manterão medidas de isolamento de isolamento social contra a Covid-19
Em videoconferência, eles
discutiram ações de combate à doença.
Por PEDRO RAFAEL
VILELA da AGÊNCIA BRASIL,
Brasília/DF
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📷 Yves Herman / Reuters |
Governadores de 26
estados se reuniram nesta quarta-feira (25), por videoconferência, para
discutir ações emergenciais em meio à disseminação do novo coronavírus
(covid-19) no país. Eles pediram medidas como a suspensão do pagamento de
dívidas e empréstimos com a União e bancos públicos federais e a imediata
aprovação do Projeto de Lei Complementar 149/2019, conhecido como Plano
Mansueto, que implementa um novo programa de auxílio financeiro a estados e
municípios.
O encontro ocorreu após
os governadores terem se reunido, em grupos separados, com o presidente da
República e ministros, também por videoconferência, nos últimos três dias.
Apenas o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, não participou da
reunião de hoje.
Eles reivindicaram também
mais apoio do governo federal para a aquisição de equipamentos e insumos
necessários à preparação de leitos hospitalares. "Precisamos de uma
estrutura adequada, temos poucos leitos de UTI [unidades de Terapia Intensiva].
A gente precisa de mais teste para o coronavírus", disse o governador de
Rondônia, Marcos Rocha.
Na última segunda-feira
(23), o governo federal já havia anunciado a suspensão do pagamento de parcelas de dívidas e o auxílio
financeiro para compensar a queda na arrecadação dos estados.
Segundo o governador de
São Paulo, João Doria, uma carta com as principais sugestões dos governadores
será enviada ao presidente da República e ministros. "Todos os
governadores fizeram intervenções, ajudaram e contribuíram com a elaboração da
carta dos governadores, que será distribuída em breve, e encaminhada ao
presidente da República, Jair Bolsonaro, e aos seus ministros da Fazenda
[Economia] e da Saúde. O objetivo dos governadores é defender o Brasil e
proteger os brasileiros em cada um dos seus estados, no plano da saúde, das
suas vidas e no plano econômico", afirmou.
O presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia, participou da videoconferência e sugeriu que os
governadores priorizassem medidas emergenciais, que garantam o funcionamento
dos estado e evitem o desemprego.
"A gente precisa
resolver o curto prazo, garantir o emprego, garantir a renda dos municípios e
dos estados para que eles possam continuar funcionando. A gente tem que tratar
do curto prazo", afirmou.
Isolamento social
Numa referência às
medidas de isolamento social, os governadores disseram que seguirão adotando
regras com base nas recomendações técnicas da Organização Mundial da Saúde
(OMS).
"Pernambuco teve
ontem o seu primeiro óbito por coronavírus, e isso só nos faz reforçar todo o
entendimento que tem colocado em prática desde o início dessa pandemia no
Brasil. As restrições que têm sido feitas estão no caminho correto, em virtude
de que os estados têm que se preparar", afirmou o governador pernambucano,
Paulo Câmara.
Segundo ele, os governos
estaduais ainda precisam ganhar tempo para montar uma estrutura mais adequada
de leitos e equipamentos de saúde para enfrentar um período de alta demanda,
que ocorrerá nas próximas semanas.O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes,
ponderou, por outro lado, que as medidas de isolamento social devem ser tomadas
de forma equilibrada, para não afetar ainda mais a economia.
"Eu não posso tomar
aqui no Mato Grosso a medida que São Paulo tomou porque eu tenho aqui 13 vezes
menos população em uma área três vezes maior. Então, eu tenho muito medo dos
reflexos econômicos de todas essas restrições que começaram a surgir no Brasil
inteiro, e aqui no meu estado", disse.
Emprego e renda
Na reunião, os
governadores também manifestaram preocupação com a garantia dos empregos e
assistência social. "O coronavírus mata e a fome também, por isso nosso
foco de estarmos todos empenhados na saúde da população e na sobrevivência dos
setores mais vulnerabilizados da nossa sociedade. Faço coro ao que foi dito,
garantir os empregos e proteger as milhões de pessoas que trabalham na
informalidade, que estão desamparados", afirmou a governadora do Rio
Grande do Norte, Fátima Bezerra.
"Que possamos criar
um amplo programa de transferência de renda para famílias pobres, tendo como
referência os beneficiários de programas já existentes", disse o
governador do Pará, Helder Barbalho, afirmando que há R$ 1 trilhão em recursos
do Tesouro Nacional em receitas vinculadas não utilizadas.
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