Bolsa cai 14% e dólar fecha acima de R$ 5 pela primeira vez
Mercados tiveram mais um
dia tenso após decisão do Fed.
Por WELLTON MÁXIMO
da AGÊNCIA BRASIL,
Brasília/DF
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📷 Marcello Casal Jr. / Agência Brasil |
Apesar de uma ação
coordenada dos principais bancos centrais do mundo para injetar dinheiro e
estimular a economia mundial, os mercados financeiros globais tiveram mais um
dia de nervosismo. A bolsa de valores caiu quase 14% e voltou aos níveis de
julho de 2008. O dólar fechou acima de R$ 5 pela primeira vez na história.
O índice Ibovespa, da B3,
a Bolsa de Valores brasileira, fechou esta segunda-feira (16) aos 71.168
pontos, com queda de 13,92%. Pela quinta vez em oito dias, a bolsa acionou
o circuit breaker,
mecanismo que suspende as negociações quando o índice cai mais de 10%. Das
10h24 às 11h02, a B3 ficou paralisada, mas o Ibovespa continuou a cair após a
retomada da sessão.
O dólar comercial
encerrou a segunda-feira vendido a R$ 5,047, com alta de R$ 0,234 (+4,86%), na
maior cotação nominal desde a criação do real. A divisa subiu durante toda a
sessão, mas superou a barreira de R$ 5 por volta das 15h30, até fechar próxima
da máxima do dia.
A divisa acumula alta de
25,77% em 2020. Ao contrário dos últimos dias, o Banco Central (BC) não
interveio no câmbio. A autoridade monetária não vendeu dólares das reservas
internacionais nem contratos de swap (venda
de dólares no mercado futuro).
O pacote de estímulos dos
principais bancos centrais do mundo, que diminuíram juros e injetaram dinheiro
nos mercados globais, não conteve as tensões. Os investidores interpretaram a
medida como sinal de que a recessão mundial provocada pelo coronavírus será
maior que o inicialmente previsto. O Federal Reserve (Fed), Banco Central
norte-americano, diminuiu para zero os juros da maior economia do planeta e
injetou US$ 700 bilhões.
Petróleo
A intensificação da
guerra de preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia também contribuiu
para abalar o mercado. Ontem (15) à noite, o governo saudita anunciou que
aumentará ainda mais a produção de petróleo, inclusive alugando navios
petroleiros para ficarem estacionados na costa do país.
A decisão derrubou o preço do barril do tipo Brent para abaixo de
US$ 30 pela primeira vez desde 2003. As ações da Petrobras, as mais negociadas
na bolsa, desabaram. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de
acionistas) caíram 17,21% nesta segunda. Os papéis preferenciais (com
preferência na distribuição de dividendos) recuaram 15%.
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