Ataque dos EUA impactará no preço dos combustíveis, diz Bolsonaro
Governo buscará
alternativas, mas descarta tabelamento do produto.
Por PEDRO PEDUZZI
da AGÊNCIA BRASIL,
Brasília/DF

O presidente Jair
Bolsonaro disse hoje (3) que o ataque feito pelos Estados Unidos a um
comboio no Iraque, que resultou na morte do comandante de alto escalão da
Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, deverá impactar no preço dos
combustíveis no Brasil. Bolsonaro descartou a possibilidade de tabelar o
preço do produto para controlar impactos e disse que vai discutir o assunto com
a equipe econômica e com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
general Augusto Heleno.
O ataque norte-americano
nas proximidades do Aeroporto de Bagdá pode acirrar o clima de tensão e
provocar reflexos em todo o mundo. “Tive algumas informações [sobre o ataque]
nessa madrugada, e vou me encontrar com o Heleno [do GSI] para me inteirar
sobre o que aconteceu para, depois, emitir juízo de valor”, disse o presidente
ao deixar o Palácio do Alvorada.
Apesar de admitir
a preocupação com reflexos da crise internacional sobre a economia do
país, o governo não pretende intervir em políticas de preços como o
tabelamento. “Que vai impactar, vai. Agora vamos ver nosso limite aqui,
porque já está alto, e se subir mais, complica. Mas não posso tabelar nada. Já
fizemos esse tipo de política de tabelamento antes e não deu certo. Vou agora
conversar com quem entende do assunto”, completou. Bolsonaro tentou contato com
o presidente da Petrobras, Roberto da Cunha Castello Branco, mas eles
ainda não conseguiram conversar sobre o assunto.
O presidente Jair
Bolsonaro voltou a defender a quebra do monopólio da Petrobras como
uma alternativa para baratear os combustíveis. “Temos de quebrar o monopólio
[para evitar a alta dos combustíveis]. A distribuição é ainda o que mais pesa
no preço, e depois o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços],
que é um imposto estadual”, acrescentou ao ressaltar que, por o ICMS incidir
sobre bases de preços maiores, o aumento do preço acaba agradando governadores,
uma vez que aumenta também as receitas.
Para Bolsonaro, o
Brasil já chegou ao limite no que se refere a cobrança de impostos. “Não
dá para aumentar mais imposto no Brasil. Ponto final. No ano passado pagamos
por dia mais de R$1 bilhão em juros. Foram R$ 400 bilhões por ano. A Europa foi
reconstruída, pós 2ª guerra mundial, um montante desse. Então, por ano,
pagamos uma reconstrução da Europa”, disse. Ele ainda lembrou que a queda da taxa
básica de juros (Selic) para 4,5% ao ano resultou em uma economia de R$ 110
bilhões no corrente ano.
EUA
Em fevereiro, Bolsonaro
viajará aos EUA para visitar empresários militares do setor
energético interessados em apresentar ao presidente uma tecnologia
de transmissão de energia elétrica sem meio físico (linhas de transmissão).
“Se isso for real, de
acordo com a distância vamos resolver o problema de energia elétrica de
Roraima, passando por cima da floresta. Estamos há sete anos tentando
fazer o Linhão de Tucuruí e não conseguimos. Em consequência pagamos mais de R$
1 bilhão em subsídios, porque não pode passar a linha de transmissão costeando
uma reserva indígena. Isso é o Brasil”, disse o presidente.
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