As pacientes são
encaminhadas em um prazo de até 15 dias para o tratamento no Centro Oncológico
do Hospital e Maternidade Tereza Ramos.
Por ALINE TIVES da
ASCOM PML,
Lages/SC
📷 Ary Barbosa / ASCOM PML |
Quando se fala em
qualquer tipo de câncer, todos sabem da importância de se obter um diagnóstico
preciso, o mais rápido possível, para aumentar as chances de cura. Segundo o
Ministério da Saúde, no Brasil cerca de 56% dos pacientes só recebem a
confirmação da doença quando ela já está bastante desenvolvida, o que diminui
consideravelmente a efetividade do tratamento. Este percentual vem crescendo
nos últimos anos: em 2013, eram 53%. Em alguns casos, a demora é de até 200
dias, ou seja, são quase sete meses para se iniciar o tratamento adequado.
Mais especificamente
sobre o câncer de mama, um diagnóstico em estágio inicial pode elevar para
acima de 90% a chance de a paciente ser curada, com tratamentos menos
agressivos e cirurgias menores. Existe uma legislação federal que preconiza um
prazo de até 60 dias, desde o diagnóstico da doença até a paciente ser
encaminhada para o tratamento. Lages se tornou referência em Santa Catarina,
pois a paciente é encaminhada, na maioria das vezes, em um prazo de até 15 dias
para o tratamento no Centro Oncológico do Hospital e Maternidade Tereza Ramos.
“Temos caso em que conseguimos desde a queixa da paciente até ela iniciar o
tratamento um período inferior a 30 dias”, aponta o médico mastologista do
Ceasm, Fernando Vequi Martins.
A porta de entrada para
todas as mulheres que buscam a prevenção é a Unidade Básica de Saúde (UBS). Lá
são realizadas as consultas e, a partir da detecção de nódulos ou qualquer
suspeita de câncer de mama ou colo do útero, a paciente é encaminhada para o
Centro de Estudos e Assistência à Saúde da Mulher (Ceasm), que é um serviço
especializado da Secretaria da Saúde. “Não estamos com uma demanda reprimida,
por isso o acesso às consultas no Ceasm tem sido bastante rápido, com no máximo
uma semana. Aqui elas têm acesso à biópsia com um prazo de quinze dias e o
resultado em seguida”, diz o mastologista.
Além da área da mastologia,
o Ceasm possui uma equipe multidisciplinar com enfermeiros, assistente social,
psicólogo, técnicas de enfermagem e médicos especialistas nas áreas da
ginecologia e obstetrícia. É realizada mensalmente uma média de dois mil
atendimentos nestas três áreas.
Impacto na vida familiar e campanhas de prevenção
Uma das campanhas da
Sociedade Brasileira da Mastologia ao longo dos anos é a luta pelo melhor
acesso aos exames preventivos com especialistas e orientações à população
feminina. “O diagnóstico é sempre muito impactante na vida de uma mulher. A
notícia de que ela tem um câncer de mama abala sua imagem pessoal e até mesmo a
percepção de sua sexualidade. O câncer de mama é uma doença familiar, pois
todos ficam doentes juntos, considerando a importância da mulher em casa e no
mercado de trabalho, um grande pilar na nossa sociedade”, destaca Dr. Fernando.
Todas as mulheres devem
fazer o exame clínico das mamas pelo menos uma vez ao ano, desde a menarca, que
é o primeiro ciclo menstrual. Ao chegar à faixa etária de 40 anos é preciso
iniciar os exames preventivos anualmente. E se a mulher tiver um histórico
familiar de câncer na família, o cuidado deve ser redobrado.
Outro princípio da
Sociedade Brasileira da Mastologia é evitar o estímulo ao autoexame, pois essa
prática pode adiar o diagnóstico. Somente 15% das pacientes que tiveram o
diagnóstico positivo para o câncer de mama foi um mastologista ou exames
clínicos preventivos que diagnosticaram. “Na maioria das pacientes que
atendemos, a doença é descoberta por elas mesmas. Infelizmente ainda existe
essa cultura de que se não está sentindo nada, não precisa ir ao médico. São
fatores que dificultam a prevenção”.
Somente a mamografia é
capaz de dar um diagnóstico precoce do câncer de mama. Trata-se de um exame que
consegue detectar tumores menores que um centímetro, que nem mesmo um
mastologista consegue apalpar e sentir. As mulheres, durante o autoexame,
conseguem sentir nódulos de no mínimo dois centímetros. “O nódulo de um
centímetro ainda é pequeno, no entanto, o câncer de mama, assim como os outros,
tem uma curva de crescimento inicial muito lenta. Então, pra chegar a esse
tamanho já se passou cerca de oito anos com a doença. Por isso, a importância
dos exames preventivos”, explica o médico.
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