Desde
às 03h da madrugada, moradores relataram pelas redes sociais terem ouvido
helicópteros sobrevoando as comunidades da Rocinha, Vidigal, Chácara do Céu e
Parque da Cidade.
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Por DENISE LUNA do ESTADÃO,
Rio
de Janeiro/RJ
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📷 Vista da Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. (Foto: Fabio Motta / Estadão) |
As favelas da Rocinha,
Vidigal, Chácara do Céu e Parque da Cidade, localizadas na zona sul do Rio de
Janeiro, acordaram cercadas neste sábado, 9, pela operação do Comando Conjunto
da Intervenção, que reúne as Forças Armadas e policias do estado. Desde às 3h
da madrugada, moradores relataram pelas redes sociais terem ouvido helicópteros
sobrevoando as comunidades. Por volta das 6h começaram às revistas em quem
deixava o morro, informou uma fonte do Vidigal.
De acordo com a fonte,
depois do sobrevoo de helicópteros por toda a madrugada, os policiais subiram a
favela por volta das 6h, quando ainda estavam rolando bailes na comunidade. Não
houve troca de tiros e as revistas aos moradores corriam em clima de educação e
tranquilidade. Já na Rocinha, os tiros começaram por volta das 6h e até o
momento não há relato de feridos.
A estrada Lagoa-Barra,
que liga a zona sul à zona oeste da cidade chegou a ser fechada pelas Forças
Armadas, mas por volta das 8h foi liberada. O trânsito, porém, continua intenso
na região, segundo o Centro de Operações Rio.
O Comando Conjunto
informou em nota que a ação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e
remoção de barricadas, além de revistas seletivas de pessoas e veículos. A
Polícia Militar atua bloqueando possíveis rotas de fuga de criminosos e a
Polícia Civil realiza a checagem de antecedentes criminais e cumprirá mandados
judiciais, condicionada às restrições constitucionais à inviolabilidade do lar.
"Algumas vias na
região poderão ser interditadas e setores do espaço aéreo poderão ser
controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não
há interferência nas operações dos aeroportos", informou o Comando,
afirmando que a operação vai beneficiar, direta e indiretamente, 120 mil
moradores de comunidades.
Tiroteio na Urca
Um intenso tiroteio entre
policiais e traficantes, na tarde de sexta-feira, 8, levou pânico à Urca,
bairro de classe média alta do Rio e interrompeu por duas horas a circulação do bondinho do
Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos
do País. Essa foi a 1.ª vez que o teleférico, inaugurado em 1912, deixou de
circular pela violência. Um grupo de cerca de 100 pessoas, incluindo dezenas de
crianças, ficou isolado no Morro do Pão de Açúcar. O Aeroporto Santos Dumont,
no centro, também foi fechado por 15 minutos, porque a Urca fica na rota de
pouso e decolagem.